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24/10/2025      12:00:24

 

 

Qual a destinação que você dá ao lixo produzido no apartamento?

Por: Dinho Garcia

Modelos de gestão dos resíduos podem transformar a rotina dos condomínios com tratamento adequado aos descartes, bem-estar aos moradores e valorização do patrimônio

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quando falamos em condomínios inteligentes, imaginamos portarias digitais, energia solar e aplicativos de gestão. Mas existe um aspecto que costuma ficar invisível e que, cada vez mais, deve fazer parte de uma gestão inteligente dos moradores: a forma como o lixo é tratado. Afinal, um condomínio visto como “inteligente” só deve ser tratado com tal destaque, quando também consegue gerir seus resíduos de forma sustentável, transparente e eficiente.

 

De maneira geral, o descarte adequado para o lixo doméstico que produzimos (restos de alimento, papéis, embalagens plásticas, latas, vidros etc.) deve envolver a separação de cada tipo de resíduo: orgânicos dos recicláveis, com sua destinação para cada tipo de coletor disponibilizado pelo condomínio. Em seguida, envio correto para os pontos de coleta seletiva ou estabelecimentos especializados em descarte, além da opção pela compostagem dos resíduos orgânicos.

 

Existem empresas que atendem condomínios, fazendo a coleta do material reciclável, com a gestão dos resíduos. Um exemplo é a Eko Bee, startup curitibana que atende mais de 100 condomínios e impacta a vida de 40 mil pessoas com um modelo considerado inovador de gestão de resíduos. A empresa alia logística própria, tecnologia, inclusão social e educação ambiental para transformar a relação dos moradores com o descarte.

 

Todos os meses, mais de 350 toneladas de resíduos orgânicos seguem para destinação adequada, enquanto 45 toneladas de recicláveis retornam à cadeia produtiva. Em alguns condomínios, o volume enviado ao aterro caiu em até 60% em apenas um ano.

 

Os números apresentados pela startup de Curitiba mostram que essa mudança vai além da limpeza: trata-se de eficiência econômica, bem-estar coletivo e até de impacto climático.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), os resíduos orgânicos são responsáveis por quase 20% das emissões globais de metano, um gás até 80 vezes mais potente que o CO₂. Quando um condomínio investe em gestão inteligente de resíduos, contribui diretamente para a saúde da cidade e para o futuro do planeta.

 

Ao oferecer consultoria técnica, relatórios de destinação e programas de educação ambiental, a Eko Bee busca garantir que síndicos tenham transparência para assembleias, redução de custos e uma solução que eleva o padrão de sustentabilidade dos condomínios.

 

Roberto Lopes, cofundador da Eko Bee, disse que “quando falamos em gestão inteligente de resíduos, não é só sobre ter coleta. É sobre ter relatórios claros para apresentar em assembleia, garantir que o condomínio esteja em conformidade legal, reduzir custos e envolver os moradores na separação correta. Esses são sinais de que a gestão está funcionando de verdade”.

 

O impacto também é social. Historicamente à margem, catadores informais passaram a ser integrados à operação da empresa, recebendo capacitação, contratos formais e reconhecimento. Hoje, 70% da coleta orgânica é feita por contratados da empresa e 30% via terceiros, já os recicláveis são destinados integralmente a cooperativas parceiras, que transformam o material em renda.

 

Assim, a gestão de resíduos deixa de ser um problema invisível e passa a ser parte do que define um condomínio inteligente. Essa revolução silenciosa mostra que sustentabilidade urbana não precisa ser complexa: pode começar na porta do apartamento. E a reflexão que fica é: você sabe qual é o destino dos resíduos do seu condomínio?

Divulgação

De maneira geral, o descarte adequado para o lixo doméstico que produzimos (restos de alimento, papéis, embalagens plásticas, latas, vidros etc.) deve envolver a separação de cada tipo de resíduo

Foto: Fernando Frazão/Ag. Brasil

Mensalmante, + de 350 toneladas de resíduos orgânicos vão para destinação adequada, enquanto 45 toneladas de recicláveis retornam à cadeia produtiva

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