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3/12/2024      11:24:23

 

 

Levantamento traz dados sobre o segmento condominial no País

Por: da Redação

 

Startup especializada em plataforma para gestão de condomínios e responsável pela pesquisa, conta com uma base de dados de mais de 500 mil moradores no País

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo o último Censo Demográfico do IBGE no Brasil (2022), a expectativa de segurança, comodidade e melhor infraestrutura, levam mais de 68 milhões de pessoas a viverem em 13.285.465 conjuntos habitacionais (incluindo casas e apartamentos). Esse número expressivo reflete a urbanização crescente e a preferência por morar em áreas fechadas, aspectos considerados fundamentais para entender às necessidades do segmento.

 

A esse respeito, uma startup que atua em gestão a condominial, lança o Censo Condominial, um relatório anual sobre os empreendimentos residenciais do País, com informações sobre características, desafios e tendências que moldam o segmento. O estudo, que conta com uma base de dados de mais de 500 mil moradores, também aborda o perfil dos condôminos e inquilinos, a evolução na administração, os serviços mais comuns e o impacto da tecnologia no cotidiano dessas comunidades.

 

De acordo com esse levantamento, os condomínios no Brasil arrecadam, em média, R$ 20 mil por mês, valor que pode variar conforme a quantidade de unidades, localização, padrão e necessidades de cada empreendimento. A arrecadação, feita por meio da taxa condominial, é destinada a cobrir despesas como manutenção, segurança, limpeza e gestão administrativa, essenciais para o funcionamento e a qualidade dos serviços prestados aos moradores.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na média nacional, gastos com água, energia elétrica, gás, telefonia e internet representam cerca de 20% dos custos dos condomínios. O levantamento, que leva em consideração o período de janeiro a outubro de 2024, mostra que nos estados com mais condomínios no Brasil (Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio de janeiro e São Paulo), a maior parte das despesas é com salários dos funcionários do condomínio, incluindo porteiros, zeladores, faxineiros, entre outros.

 

Para Léo Mack, cofundador e diretor de operações da startup de gestão condominial, responsável pelo estudo, “a elaboração de uma previsão de gastos em um condomínio residencial é uma prática essencial para uma gestão financeira eficiente. A profissionalização não é mais um diferencial, mas uma necessidade para quem quer lidar com as complexidades da gestão de um condomínio. As pessoas entenderam que o conhecimento técnico e habilidades de gestão trazem mais segurança e confiança para enfrentar os desafios do dia a dia. Esse movimento é positivo para todos, pois, quanto mais preparados os gestores, melhor o ambiente condominial como um todo”, disse.

 

As tarifas e os custos bancários

 

Os custos bancários representam uma parcela significativa das despesas mensais de condomínios e administradoras, correspondendo a 10% do total, segundo dados da pesquisa. Entre esses custos, destacam-se as taxas de manutenção de contas, emissão de boletos e serviços como transferências e movimentações financeiras, fundamentais para a gestão financeira.
 

Para as administradoras, a emissão e o processamento de boletos estão entre os principais gastos, com tarifas que variam de acordo com o banco e o volume de cobranças. Em empreendimentos com alta inadimplência, os custos relacionados a cobranças e notificações se elevam ainda mais, pressionando o orçamento e demandando estratégias para otimização.
 

Mack acredita que uma alternativa para mitigar essas despesas é a negociação de pacotes bancários voltados para o setor, além da adoção de plataformas de gestão financeira que integram a emissão de boletos e reduzem tarifas. Segundo ele, essas ferramentas digitais permitem uma administração mais eficiente, com controle automatizado de receitas e despesas, simplificando a cobrança e o monitoramento de pagamentos em atraso.
 

“Um exemplo é um condomínio que analisamos, antes as tarifas bancárias somavam R$ 1.264,33 por mês. Esse valor incluía taxas de emissão, registro, cancelamento e manutenção de boletos, além das taxas fixas cobradas mesmo em boletos não pagos. Após a implementação da automação financeira, a administradora conseguiu reduzir esses custos para R$ 950,37 no mês seguinte, uma economia de R$ 313,96. Ao final do ano, a administradora conseguiu poupar R$ 20.970,02 apenas em tarifas bancárias, aplicando o mesmo processo em 12 condomínios”, afirmou.
 

Inadimplência

 

Com base na análise de uma amostragem de cerca de 5 mil condomínios e 500 mil unidades condominiais em todo o Brasil, a expectativa é de que a média de inadimplência, acima de 30 dias, nas taxas condominiais no País atinja 14% até o fim de 2024. Um aumento em relação aos anos anteriores, em 2023, quando o índice foi de 10,34% e em 2022, de 9,41%.
 

Esse índice reflete o endividamento que atinge cerca de 44% da população brasileira, totalizando mais de 72 milhões de pessoas em situação de inadimplência (considerando todas as obrigações financeiras), e impacta diretamente o orçamento e a qualidade dos serviços oferecidos aos moradores, uma vez que cada unidade em atraso reduz o caixa disponível para manutenção, segurança e melhorias. 

 

Automação e mais transparência

 

A gestão condominial passou por uma transformação significativa nos últimos anos, evoluindo de práticas manuais para sistemas automatizados. Antes, tarefas como controle de inadimplência, gestão financeira e comunicação demandavam tempo e geravam uma administração reativa. Hoje, ferramentas digitais simplificam processos como agendamento de manutenções, organização de assembleias virtuais e monitoramento financeiro em tempo real.
 

A automação também engloba emissão automática de boletos, integração com plataformas de pagamento, controle de acessos por sistemas digitais e registro eletrônico de ocorrências. Recursos como reservas online de áreas comuns, geração de relatórios financeiros instantâneos e acompanhamento de obras e reparos em plataformas centralizadas permitem maior eficiência e agilidade.
 

“Além disso, a comunicação foi aprimorada com o envio de notificações automáticas via aplicativos, lembretes sobre vencimentos e mensagens emergenciais, garantindo moradores sempre informados. Essas inovações tornam a administração mais eficiente, promovem transparência e criam ambientes mais seguros e organizados”, comentou o cofundador e executivo da startup.
 

Animais e problemas de convivência

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o País possui mais de 149 milhões de animais de estimação, incluindo cães, gatos e outras espécies. Com a urbanização, muitos desses pets agora vivem em condomínios, o que exige adaptações na estrutura e regras internas. Pelo menos uma em cada dez unidades condominiais possui animais de estimação, informa a plataforma de gestão condominial.

 

A presença crescente de animais de estimação nos condomínios tem trazido novos desafios, como a criação de áreas específicas para recreação e necessidades dos pets, além de políticas para promover uma convivência harmoniosa e evitar conflitos entre os moradores.

 

Entre os principais obstáculos enfrentados por síndicos e administradoras estão o controle de ruídos, a higienização das áreas comuns e a segurança de todos os residentes. Para lidar com essas questões, muitos condomínios têm adaptado suas regras internas, implementando medidas como o uso de elevadores exclusivos para pets e protocolos de boas práticas para os tutores.

 

Outras iniciativas incluem a inclusão de regras específicas nos regimentos internos e nas convenções condominiais, criando diretrizes claras para a convivência e facilitando a resolução de conflitos relacionados ao tema.

 

Gerenciamento de conflitos entre moradores

 

O levantamento destacou as principais fontes de conflito em condomínios, exigindo atenção especial de síndicos e administradoras. Entre as situações mais comuns estão:

Barulho excessivo - festas, música alta e ruídos de reformas estão entre as causas frequentes de desentendimentos.

 

Uso inadequado de áreas comuns - conflitos surgem quando moradores monopolizam espaços como piscinas, salões de festas e academias, prejudicando o acesso dos demais.

 

Vagas de garagem - o uso indevido por visitantes ou outros condôminos é uma fonte recorrente de discussões, minimizada com vagas marcadas.

 

Descarte de lixo - a falta de cuidado com a separação e o depósito em locais impróprios provocam reclamações e demandam maior educação ambiental.

 

Reformas e manutenções - obras realizadas fora do horário permitido impactam o bem-estar dos moradores, tornando notificações prévias essenciais.

 

Inadimplência - atrasos no pagamento afetam o orçamento, comprometendo serviços e gerando mal-estar.

 

“Para evitar conflitos, síndicos e administradoras precisam agir com transparência e imparcialidade. Medidas como mediação, comunicação clara das regras e aplicação de advertências ou multas, quando necessário, são fundamentais para manter o equilíbrio e garantir a convivência harmoniosa entre os moradores”, concluiu Mack.

Gráfico (Divulgação)

Um aumento em relação aos anos anteriores, em 2023, quando o índice foi de 10,34% e em 2022, de 9,41%.

Gráfico (Divulgação)

O levantamento, que leva em consideração o período de janeiro a outubro de 2024, mostra os estados com mais condomínios no Brasil

Gráfico (Divulgação)

Pelo menos uma em cada dez unidades condominiais possui animais de estimação, informa a plataforma de gestão condominial

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